Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (10)
que a criação do segundo ciclo do curso de medicina vai ajudar os
médicos formados no Brasil a ter uma visão mais humanista e a não
depender tanto de "máquinas e equipamentos" para atender os pacientes. A
medida integra o Programa Mais Médicos,
lançado esta semana pelo governo federal, e prevê que os alunos que
ingressarem nos cursos de medicina a partir de 2015 terão que atuar dois
anos na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência do
Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma.
Os estudantes receberão remuneração do governo federal e terão
autorização temporária para exercer a medicina, além de continuar
vinculados às universidades.
"Hoje ele faz seus dois últimos anos em um hospital altamente
especializado e a gente sabe que a maior parte dos problemas de saúde
deve ser resolvida fora dos hospitais. Então queremos oferecer à
população médicos mais bem formados, com uma visão mais humanista, que
saibam examinar uma pessoa e não fiquem dependente só de máquinas e
equipamentos", disse, ao participar nesta quarta-feira, do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
Ele lembrou que outros países adotaram modelos semelhantes que
resultaram em melhoria na formação dos profissionais sem reduzir o
interesse dos estudantes pela medicina, como é o caso da Inglaterra. O
ministro destacou que no Brasil, atualmente, os estudantes são
apresentados preocemente à especialização.
"O que acontece hoje é que, nos dois últimos anos de seu curso, o
estudante já está sendo apresentado à especialidade, preocupado com a
residência que vai fazer, antes de se tornar um médico integral, de ter
uma visão geral, de ser um médico mais humano, que conheça o paciente
como um todo e não só pedaços do paciente", disse.
Ainda durante o programa, Padilha reiterou que, nesse período de
dois anos, os alunos não serão deslocados para regiões distantes do
local onde estudam, mas atuarão em unidades da rede pública ligadas às
instituições de ensino, na própria cidade ou em regiões metropolitanas
dos municípios onde estão localizadas.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de a atuação obrigatória no
SUS ser estendida a outras categorias da área de saúde, o ministro
enfatizou que o programa do governo, enviado ao Congresso Nacional por
meio de medida provisória, prevê a determinação apenas para os
estudantes de medicina.
Ele acrescentou que possíveis mudanças na grade
curricular do curso de medicina a serem implementadas a partir de 2015
serão analisadas pelo Conselho Nacional de Educação até o fim do ano.
A proposta do governo foi alvo de críticas das principais entidades médicas do país.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-10/trabalho-no-sus-vai-formar-medicos-com-visao-humanista-e-sem-depender-de-maquinas-diz-padilha
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