A análise foi feita com métodos que comprovam com mais
eficiência o sintoma entre os jovens
O
zumbido no ouvido, sintoma que já atinge 28 milhões de brasileiros, é
reconhecido como um sinal de que algo de errado ocorre dentro ou fora do
ouvido, como problemas digestivos (erros alimentares), vasculares (pressão
alta, colesterol e diabetes), emocionais (ansiedade e depressão), dentre
outros.
Um
estudo realizado pela Associação de
Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), financiado
pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), publicado
na Revista Audiology Infos – publicação especializada que circula no Brasil,
Alemanha, China, França, Inglaterra, Itália e Rússia -, constatou que o sintoma já é percebido com mais frequência
entre os adolescentes, do que entre os adultos.
Métodos de avaliação
A
pesquisa realizada com 170 adolescentes, de 11
a 17 anos, de uma escola da cidade de São Paulo foi
selecionada para ser apresentada neste mês de maio no congresso da Tinnitus
Research Initiative Foundation em Valência, na Espanha. O estudo teve por
objetivo medir a frequência que ocorre o zumbido e suas características, além
de propor intervenções futuras para que outros jovens não sofram com o mesmo
problema.
Uma
das mais respeitadas especialistas em zumbido no ouvido, com reconhecimento
internacional, a Dra. Tanit Ganz
Sanchez, responsável pela pesquisa,
presidente e fundadora da APIDIZ e diretora-presidente do Instituto Ganz Sanchez, afirma que a precisão dos resultados foi
maior, pois os adolescentes foram avaliados por dois métodos complementares. “Trabalhamos tanto com a aplicação de
questionário específico,
o que toda pesquisa costuma fazer, como com a medida do zumbido (acufenometria)
e do incômodo com sons (limiar de desconforto), em vez de usar a audiometria
isoladamente”, explica.
Para
a surpresa de todos, 93 jovens (54,7%) responderam que apresentam ou já
apresentaram algum episódio de zumbido nos últimos 12 meses.
Deste número,
51,1% associaram essa ocorrência por algumas horas ou alguns dias depois de
sair de ambientes com música alta.
Do
universo de jovens que relatou o zumbido no ouvido, 49 deles (28,8% do total),
puderam mensurar a forma confiável, o tipo e a intensidade do zumbido dentro da
cabine acústica. O outro grupo de 44 participantes (25,9% do total), não
conseguiu detectar o seu zumbido no momento de tal avaliação.
Zumbido “não incomoda”
Segundo
a Dra. Tanit Ganz
Sanchez, esse problema com os adolescentes, independente de
considerar a resposta do questionário ou a da medida na cabine acústica, já
demonstrou ser bem maior do que a população geral de vários países, onde
pesquisas apontam para taxas entre 15 e 24%. Ainda mais interessante foi o fato
que, apesar de tudo, o zumbido não incomoda a maioria dos adolescentes, fazendo
com que eles não contem aos pais e nem procurem ajuda médica.
Isso
só pode ser melhorado quando ocorrer ações especificas ou campanhas de
conscientização, incluindo nesse processo, tanto os pais em casa, como os
educadores nas escolas. “Minimizar os
problemas futuros, ou seja, que o zumbido se intensifique e se torne contínuo,
depende da educação sobre a exposição a barulhos muito altos e frequentes que
esses jovens devem receber. São necessárias ações educacionais intensivas sobre
a necessidade de usar protetor auditivo, vencendo o constrangimento que os adolescentes
têm de usá-los porque a maioria não usa”, complementa a médica otorrinolaringologista, que é realizadora de
várias ações de conscientização do zumbido no Brasil desde 1994.
http://www.vidaintegral.com.br/noticias.php?noticiaid=1529
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