A escassez de profissionais de saúde,
que atualmente apresenta um déficit de 7,2 milhões, deve continuar
crescendo e chegar a 12,9 milhões até 2035, alertou nesta segunda-feira
(11) a Organização Mundial da Saúde (OMS) no lançamento em Recife do relatório “Uma verdade universal: Não há saúde sem força de trabalho”.
O documento, divulgado no Terceiro Fórum Mundial sobre Recursos
Humanos para a Saúde, atribui esse aumento a fatores como o
envelhecimento ou aposentadoria dos profissionais de saúde, substituição
por empregos melhor remunerados e uma quantidade insuficiente de jovens
entrando nas escolas de medicina, que muitas vezes não oferecem um
ensino de qualidade.
Outro fator importante é a crescente demanda por serviços médicos,
devido ao aumento de doenças não transmissíveis como câncer, doenças
cardíacas e acidente vascular cerebral. A migração interna e
internacional dos profissionais de saúde também está agravando os
desequilíbrios regionais, acrescenta a OMS.
Sobre a mobilidade de médicos e enfermeiros, o relatório afirma que
países que conseguem atrair mais profissionais de saúde são,
normalmente, aqueles que oferecem maior remuneração, como os Estados
Unidos. Porém, o documento ressalta o caso do Mais Médicos no Brasil,
que em junho desse ano recrutou 6 mil profissionais de saúde para
lugares com pouca cobertura médica.
O relatório recomenda uma série de iniciativas para enfrentar a
escassez de mão-de-obra, incluindo o aumento da liderança política e
técnica nos países para apoiar os esforços de desenvolvimento de
recursos humanos em longo prazo, e maximizar o papel dos trabalhadores
de saúde comunitários que prestam os primeiros socorros.
O documento também observa que mais países têm aumentado a sua força
de trabalho na saúde, mas que a atual taxa de formação de novos
profissionais de saúde está bem abaixo da demanda atual e a projetada
para as próximas décadas.
“Um dos desafios para alcançar a cobertura universal de saúde é
garantir que todas as pessoas, especialmente aquelas que vivem em
comunidades vulneráveis e áreas remotas, tenham acesso a profissionais
bem treinados, culturalmente sensíveis e competentes”, disse a diretora
regional da OMS para as Américas, Carissa Etienne.
A cobertura universal de saúde, segundo a agência, deve garantir que
todas as pessoas tenham acesso aos serviços de saúde que necessitam, sem
sofrer dificuldades financeiras para pagar por eles.
No continente americano, 70% dos países têm quantidade suficiente de
trabalhadores de saúde para a realização de atividades básicas, mas
ainda enfrentam desafios significativos ligados à distribuição dos
profissionais, sua migração e formação adequada.
É o caso do Brasil, afirma o novo relatório da OMS, ressaltando que,
apesar da densidade de médicos variar de 40,9 para cada 10 mil pessoas
no Rio de Janeiro e 7,1 médicos para cada 10 mil pessoas no Maranhão, o
país ainda não possui um plano nacional de longo prazo sobre os recursos
humanos para a saúde.
O relatório ainda afirma que a região que mais deve sofrer com a
escassez de médicos é a África Subsaariana.
Ela possui apenas 168
escolas de medicina nos seus 47 países.
Desses, 11 não têm escolas de
medicina e 24 têm apenas uma.
http://www.onu.org.br/em-18-anos-faltarao-quase-13-milhoes-de-profissionais-de-saude-para-atendar-populacao-alerta-oms/
Até setembro de 2013 o Brasil contabilizava 202 escolas médicas em atividade.
http://www.revistadasantacasa.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=134:escolas-medicas-do-brasil&catid=1:ultimas&Itemid=18
Até setembro de 2013 o Brasil contabilizava 202 escolas médicas em atividade.
Em número de escolas médicas o Brasil só perde para a Índia com 272 escolas.
http://www.revistadasantacasa.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=134:escolas-medicas-do-brasil&catid=1:ultimas&Itemid=18
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