Segundo a OMS, Israel
tem uma das maiores
taxas de câncer de mama no mundo
(...)Alguns dos
principais cientistas israelenses estão defendendo o que pode ser a
primeira campanha nacional de exames para verificar se as mulheres são
portadoras de mutações genéticas causadoras de câncer, comuns entre os
judeus – exames estes que já estão obrigando mulheres jovens a fazerem
escolhas agonizantes sobre o que querem saber, quando querem e o que
farão com essa informação.
Os chamados genes judeus do câncer de
mama têm preocupado as mulheres no país há anos, mas depois que a atriz
Angelina Jolie revelou em maio que passou por uma mastectomia dupla
porque ela havia tido um resultado positivo para tal mutação, a
cobertura explodiu na mídia israelense, com programas de rádio e TV
mostrando mulheres israelenses que tomaram decisões semelhantes.
Os judeus de ascendência Ashkenazi, do centro ou leste da Europa, que
representam cerca de metade dos judeus de Israel e a vasta maioria
daqueles nos Estados Unidos, são muito mais propensos a ter mutações que
aumentam os riscos de câncer de mama e de ovários, de acordo com o
Instituto Nacional do Câncer.
Inúmeros geneticistas influentes e médicos de câncer de vários
centros médicos de Israel dizem que o Ministério da Saúde do país deve
pagar pelo exame genético voluntário para todas as mulheres Ashkenazi
acima de 25 anos. Cerca de um milhão de mulheres seriam cobertas, a um
custo de menos de US$ 100 dólares por exame. Mulheres judias de
ascendência iraquiana, cujas famílias também costumam carregam uma
mutação prejudicial, também podem ser testadas.
Mulheres que tivessem resultados positivos para mutações nos
genes BRCA1 e BRCA2, que suprimem os tumores, seriam fortemente
encorajadas a ter filhos até o final dos 30 anos, para que possam ter
seus ovários removidos aos 40. Mastectomias para a redução de risco
também seriam oferecidas.
A ideia profundamente controversa de
rastrear uma base tão ampla já desencadeou o debate em Israel entre os
defensores das mulheres e profissionais dos campos médico e científico.
Os críticos dizem que isso pode levar a um estigma social e um surto de
cirurgias desnecessárias, e também sobrecarregar as mulheres com
informações que elas podem não querer ou não saber como usar.
Mas a demanda por exames genéticos já é muito alta aqui – há filas
de espera de um ano – e a assistência médica nacional costuma cobri-los
desde que a mulher seja encaminhada por seu médico ou um geneticista.
Enquanto os países pobres têm dificuldades até mesmo de fornecer
cuidados básicos para mulheres com câncer, sociedades mais ricas como
Israel ou os Estados Unidos usam cada vez mais tecnologias sofisticadas
para identificar aquelas com um risco maior num esforço para impedir a
doença antes mesmo que ela se inicie.
Há questões práticas e éticas em abundância.
Será que os homens –
que tem a mesma probabilidade de passar as mutações aos seus filhos e
que também têm um risco maior de alguns tipos de câncer – também devem
ser testados? Será que as judias ultra-ortodoxas participarão da
seleção, sabendo que um teste positivo poderia prejudicar as chances de
sua família fazer um bom casamento?
Mesmo que o exame seja
voluntário, as mulheres poderão se sentir pressionadas a participar,
disse Barbara A. Koenig, professora de antropologia médica e bioética da
Universidade da Califórnia, em San Francisco.
"Quando o exame em massa é
instituído, toma-se uma decisão coletiva de que isso é uma boa coisa."
ARTIGO COMPLETO EM:
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2013/11/30/pressao-para-exame-que-detecta-gene-do-cancer-de-mama-gera-dilema-em-israel.htm
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