Ao buscar serviços de saúde, as pessoas nem sempre agem
como consumidores exigentes que, antes da compra, avaliam a qualidade e
os benefícios do prestador escolhido para lhes atender.
Mas deveriam
adotar essa prática.
Ao
contratar qualquer tipo de serviço, seja bancário, de telefonia ou
algum outro, os consumidores levam em conta não só o nome do prestador.
São exigentes e pesquisam antecipadamente sobre os valores envolvidos,
os benefícios e a qualidade de cada prestador e optam pelo que melhor
atende às suas necessidades. Exercem seu direito de fazer escolhas. Mas,
esses mesmos indivíduos agem de maneira diferente em relação aos
serviços de saúde. Por questões culturais ou por falta de informação,
não exercem os seus direitos como pacientes e não costumam buscar
indicadores de qualidade ou referências quando precisam de um hospital,
clínica ou laboratório.
O paciente tem, sim, o direito de escolher seu médico, seu hospital e
até seu tratamento. O médico possui o conhecimento, mas a decisão sobre
o tratamento tem de ser tomada em conjunto com o paciente, considerando
as melhores evidências científicas e também a individualidade – o que
vai desde condições financeiras até aspectos psicológicos, crenças e
valores. A pessoa tem de ser comunicada sobre as alternativas de
tratamento e os riscos. No caso de procedimentos de risco – cirúrgicos
ou invasivos, por exemplo –, essas informações são formalizadas por
escrito em documento assinado pelo paciente.
Direito de escolher significa também poder exigir uma segunda
opinião, recusar um exame ou procedimento ou dizer que gostaria de ser
atendido por outro profissional ou por outra instituição. Claro que há
aspectos que podem restringir as opções – a cobertura do plano de saúde
ou a disponibilidade e as regras da rede de assistência.
Como saber onde obter o melhor atendimento? Buscando informações. Nem
sempre elas estão disponíveis ou facilmente acessíveis. Mas as pessoas
devem procurar obtê-las e exigi-las. Os médicos e instituições, por sua
vez, devem avançar nas práticas que permitam ao paciente dispor de dados
concretos e relevantes para comparar qualidade e benefício.
Que serviços apresentam a melhor taxa de sobrevida em um caso de
câncer de mama? Qual a taxa de infecção hospitalar de uma instituição?
Em um Acidente Vascular Cerebral (AVC), essa instituição tem um
protocolo que garanta o rápido atendimento, importantíssimo para reduzir
sequelas? Qual a taxa de mortalidade nos casos de infarto? Respostas a
perguntas desse tipo são decisivas para orientar a escolha.
Nos Estados Unidos, há mais de uma década, a Cleveland Clinic começou
a divulgar seus indicadores, iniciando um movimento transformador.
Hoje, o consumidor norte-americano encontra informações abrangentes e
até sites com quadros comparativos entre as várias instituições.
Isso estimula os esforços para melhorar a qualidade e gerar uma
competição entre prestadores alicerçada na busca de qualidade.
No Brasil, mesmo entre instituições de primeira linha, inclusive as
que têm a acreditação de entidades como a Joint Commission
International, poucas publicam em seus sites os indicadores de
desempenho e qualidade. Multiplicar essa prática dependerá em grande
parte da própria atitude do consumidor. Quanto mais consciente ele for
de seus direitos, mais exigente será em relação às informações que
nortearão suas escolhas. Como paciente, ele só terá a ganhar, pois
poderá optar, com base em informações, pelo atendimento que lhe convier .
Além disso, estará estimulando a concorrência entre os prestadores de
serviços na busca contínua de maiores níveis de qualidade e segurança.
Hospital Einstein
http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/medico-hospital-tratamento-o-paciente-tem-o-direito-de-escolher.aspx Hospital Einstein
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