'Diário Oficial' define 'amorosidade'
para o SUS
Tradicional compilado de atos técnicos e burocráticos, o "Diário
Oficial" da União teve seu toque de sensibilidade na edição de ontem. Em
uma portaria assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
apresentou o conceito de "amorosidade".
Apesar do tema sentimental, a definição foi escrita bem ao estilo da
publicação: "é a ampliação do diálogo nas relações de cuidado e na ação
educativa pela incorporação das trocas emocionais e da sensibilidade,
propiciando ir além do diálogo baseado apenas em conhecimentos e
argumentações logicamente organizadas".
A portaria que inclui a definição institui a política nacional de
educação popular em saúde no SUS, e distribui competências ao Ministério
da Saúde e às secretarias estaduais e municipais.
A "amorosidade" descrita na portaria é um dos princípios orientadores da política.
DIÁLOGO
Outro princípio que norteia a política nacional de educação popular em
saúde é o diálogo, definido na portaria do "Diário Oficial" como
"encontro de conhecimentos construídos histórica e culturalmente por
sujeitos, ou seja, o encontro desses sujeitos na intersubjetividade, que
acontece quando cada um, de forma respeitosa, coloca o que sabe à
disposição".
O texto da portaria também elenca a "emancipação" entre os princípios da
nova política do SUS, e a define como "um processo coletivo e
compartilhado no qual pessoas e grupos conquistam a superação e a
libertação".
A política, diz o texto, "propõe uma prática político-pedagógica que
perpassa as ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a partir do diálogo entre a diversidade de saberes, valorizando
os saberes populares, a ancestralidade, o incentivo à produção
individual e coletiva de conhecimentos e a inserção no SUS".
OBJETIVO
Segundo informações do Ministério da Saúde, a política de educação
popular em saúde descrita na portaria foi elaborada por um comitê
composto em 2009.
Formaram parte do grupo governos e atores da sociedade civil.
Ao colocá-la em prática, o objetivo, ainda segundo a pasta, é fortalecer
e respeitar as práticas tradicionais e regionais de cuidado na saúde.
A política foi aprovada no ano passado pelo Conselho Nacional de Saúde e
formalizada na portaria publicada ontem no "Diário Oficial".
No comments:
Post a Comment