Ensino
superior e os
serviços de
saúde
no Brasil
Até meados do século XX, não existia
sistema de saúde no Brasil.
Pacientes ricos eram tratados em
instituições privadas, pagando diretamente suas despesas; e os trabalhadores
tinham acesso a clínicas e hospitais dos sindicatos. Nas áreas urbanas, os
pobres precisavam procurar ajuda nas superlotadas instituições filantrópicas ou
públicas que aceitavam indivíduos em estado de indigência. Nas áreas rurais,
camponeses e meeiros tinham de confiar em curandeiros ou cuidadores leigos não
treinados para suas necessidades de saúde.
O SUS tem duas linhas principais de
atuação: o Programa Saúde da Família, que presta cuidados primários de saúde e
uma rede de clínicas e hospitais públicos ou contratados pelo SUS, que presta
atendimento secundário e terciário em todo o país.
O principal determinante da baixa
qualidade dos cuidados prestados pela rede SUS é a limitação de recursos
humanos, a qual, no entanto, é qualitativa, não quantitativa.
No Brasil, a força de trabalho na saúde
compreende 1,5 milhão de profissionais da saúde registrados em conselhos
profissionais.
A rede do SUS é o principal empregador
do país: 52% dos enfermeiros, 44% dos médicos, 27% dos dentistas, 11% dos
farmacêuticos e 10% dos psicólogos são funcionários públicos.
Além disso, são oferecidos 3.493 cursos
de nível universitário para as profissões da saúde, com 185 faculdades de
medicina abrigando 97.994 alunos.
A força de trabalho ideal para
atendimento no SUS – ou seja, profissionais qualificados, orientados para
evidência e bem treinados e comprometidos com a igualdade na saúde – não corresponde
ao perfil dos profissionais que operam o sistema.
Apesar de conservadoras e
elitistas, as universidades não são a principal fonte do problema, porque o
sistema de educação da saúde reflete o modelo de prestação de serviços de saúde
que ainda prevalece no Brasil contemporâneo, regido por forças de mercado e
baseado na tecnologia médica, em vez de fundamentado na solidariedade e em
relações sociais mais humanas. maio 2011
No comments:
Post a Comment