UNESCO NÃO DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MEDICINA TRADICIONAL

                        Questões básicas
                     A não-discriminação

Não discriminação contra a medicina tradicional implica reconhecê-la e respeitar os direitos dos  

profissionais tradicionais. 

Em muitas regiões (os profissionais das medicinas tradicionais) são o primeiro ponto de contato para a população local, seja pela tradição cultural ou porque essas comunidades não têm acesso a cuidados de saúde modernos.

No entanto, é errado invocar a proteção da tradição e da identidade cultural, que é um direito de fato, para evitar que os indivíduos recebam informações precisas e adequadas sobre as causas de suas doenças e obtenham um tratamento eficaz.

Deve-se ressaltar novamente que as pessoas têm o direito de cuidados de saúde de alta qualidade, independentemente da medicina com que estão lidando.
A responsabilidade médica exigida dos profissionais da medicina moderna também deve ser exigida aos médicos tradicionais.
As melhores facilidades para o diagnóstico, tratamento e prevenção devem estar disponíveis para todos os pacientes em todos os países, qualquer que seja o contexto cultural.

Seria inaceitável permitir uma saúde desenvolvida em dois níveis - uma para os ricos e outra para grupos sociais de baixa renda, com acesso mais fácil e mais barato - uma vez que que isso seria a aprovação da discriminação.

A medicina tradicional e a medicina moderna podem coexistir se pontes forem construídas entre elas. 

Se uma terapia tradicional provou ser eficaz, ela deve ser universalmente disponível. 

Mas o respeito à diversidade cultural e ao fato de que, em muitos casos, as pessoas pobres não procuram o que elas não sabem que existe não pode servir como desculpa para o afrouxamento ou despojamento dos laços de justiça e solidariedade em um mundo onde a expectativa de vida é de mais de 80 anos para alguns e menos de 50 anos para outros.  

Os sistemas públicos de saúde são responsáveis ​​por garantir que o direito ao atendimento de alta qualidade seja respeitado.

http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002174/217457e.pdf