Benzodiazepínicos
Sabemos há muito tempo que não se deve tomar drogas hipnóticas por mais do que uma a três semanas, porque elas criam dependência e aumentam o risco de acidentes.
E agora há um crescente corpo de evidências mostrando que as drogas
hipnóticas podem estar aumentando o risco de morte prematura.
Hipnóticos são medicamentos prescritos especificamente para ajudar as pessoas que sofrem de insônia
a ter uma boa noite de sono. Isto inclui as pessoas que têm dificuldade
para pegar no sono, bem como aquelas que lutam para não perder o sono
no meio da noite.
Na classe de hipnóticos mais comumente receitados estão os
benzodiazepínicos ou drogas estreitamente relacionadas a estes. Nesta
classe de benzodiazepínicos estão o temazepam (Normison, Temaze),
flunitrazepam (Hypnodorm) e nitrazepam (Mogadon).
Embora estes medicamentos sejam tipicamente prescritos para pessoas
que sofrem de insônia, alguns outros benzodiazepínicos bem conhecidos,
como o diazepam (Valium), oxazepam (Serepax) e alprazolam (Xanax) são
prescritos também para ansiedade.
O grupo "Z" de novos medicamentos hipnóticos, tais como zolpidem
(Stilnox) e zopiclona (Imovane, Imrest), são muito semelhantes às
benzodiazepinas em seus mecanismos de ação e têm problemas idênticos.
Problemas e mais problemas
Apesar das alegações em contrário, nenhum medicamento hipnótico
oferece a mesma qualidade de sono que o sono natural. E há uma série de
opções de tratamentos não-medicamentosos comprovados para a insônia,
como técnicas de relaxamento simples, que são definitivamente melhores a
longo prazo.
As drogas hipnóticas, por outro lado, são viciantes, entorpecem as
habilidades cognitivas, aumentam o risco de fraturas de quadril por
quedas e tornam outros acidentes mais prováveis, especialmente quando
combinadas com álcool.
Elas também causam reações graves na abstinência, quando seu uso
crônico é interrompido de repente. Tais reações incluem convulsões (com o
risco de fraturas) mas, mais comumente, pioram a insônia (e muitas
vezes a ansiedade), o que continua por semanas após a interrupção dos
medicamentos.
Mas, apesar destes problemas, uma proporção suficientemente grande e
estática da população (cerca de 6% a 10 % dos adultos) continua a tomar
estes medicamentos durante longos períodos de tempo. E esta taxa aumenta
entre as pessoas mais velhas, especialmente entre as mulheres.
Está ficando pior
Somando-se às já graves preocupações com essas drogas, agora há
estudos alarmantes que associam todos os hipnóticos com o câncer e a
morte prematura.
Mais recentemente, um estudo com mais de 10.000 pessoas com idade
média de 54 anos, às quais foram receitados hipnóticos, descobriu que
elas tiveram um aumento de três vezes ou mais do risco de morte em
comparação com aquelas que não tomaram os medicamentos.
Os pesquisadores estimaram entre 300.000 a 500.000 as mortes em
excesso a cada ano apenas nos Estados Unidos associadas ao uso dos
remédios hipnóticos. E não importa que hipnótico seja examinado, o que
inclui a atuação das novas drogas "Z", como zolpidem (Stilnox).
Este estudo bem realizado soma-se a mais de 20 outros associando estas drogas à morte prematura ou a um diagnóstico de câncer.
Mas, apesar das incertezas que subsistem [com relação a estes
estudos], este é outro forte sinal para os médicos e para a comunidade
para terem cuidado com o uso crônico de medicamentos hipnóticos.
Certamente não há nenhuma boa razão para o uso de hipnóticos a longo
prazo. E há opções não medicamentosas eficazes para o tratamento da
insônia que não são usadas com a frequência suficiente.
http://diariodasaude.com.br/news.php?article=razoes-para-nao-tomar-pilulas-dormir&id=9492
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