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Thursday, 27 February 2014

RECORDANDO A PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA MEDICINA TRADICIONAL NA DECLARAÇÃO DE ALMA ATA

RECORDANDO A PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA MEDICINA TRADICIONAL COMO PARTE DAS EQUIPES DE SAÚDE EM CUIDADOS PRIMÁRIOS, EXPRESSAMENTE PREVISTA NA DECLARAÇÃO DE ALMA ATA (1978)

As pessoas têm o DIREITO E O DEVER de participar INDIVIDUAL E COLETIVAMENTE no PLANEJAMENTO E NA IMPLEMENTAÇÃO de seus cuidados de saúde.

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DEPENDE dos trabalhadores de saúde incluindo médicos, enfermeiros, parteiras, auxiliares e agentes comunitários, BEM COMO PROFISSIONAIS DAS MEDICINAS TRADICIONAIS, devidamente formados, social e tecnicamente, para trabalhar COMO PARTE DAS EQUIPES DE SAÚDE e para responder às necessidades de saúde expressas da comunidade.

Nota: O Brasil vive um apagão na saúde há muito tempo.
Entretanto, o exército composto por profissionais das Medicinas Tradicionais Indígena, Africana e Asiática, que não fez parte da Portaria 971, continua na reserva, sem reconhecimento oficial.
Embora parte da população dependa dele.

Wednesday, 26 February 2014

Resolução do Conselho Executivo da Assembléia Mundial da Saúde sobre Medicina Tradicional

Medicina Tradicional
A Diretoria Executiva,

Tendo considerado o relatório sobre medicina tradicional,

RECOMENDA
à sexagésima sétima Assembleia Mundial da Saúde a adoção da seguinte resolução:

A Sexagésima Sétima Assembléia Mundial da Saúde,
Lembrando as resoluções WHA22.54, WHA29.72, WHA30.49, WHA31.33, WHA40.33, WHA41.19, WHA42.43, WHA44.34, WHA54.11, WHA56.31, WHA61.21 e, em particular a WHA62.13
sobre medicina tradicional, que solicitou a Diretora-Geral, nomeadamente, atualizar a estratégia medicina tradicional da OMS 2002-2005 com base nos progressos e novos desafios no campo da medicina tradicional dos países;

Afirmando a crescente importância e valor da medicina tradicional e complementar na prestação de cuidados de saúde à nível nacional e mundial, e que estas medicinas já não estão limitadas exclusivamente a regiões ou comunidades particulares;
Observando a intensificação do nível de interesse em aspectos das práticas de medicina tradicional e complementar e em seus profissionais e a demanda dos consumidores e governos para que se considere a integração desses em prestação de serviços de saúde;

Observando também que os principais desafios para a área de medicina tradicional e complementar incluem deficiências em: política e gestão  baseadas no conhecimento tradicional, regulamentação adequada das práticas e profissionais; monitoramento e aplicação da regulamentação sobre os produtos e integração adequada de medicina tradicional e complementar em
prestação de serviços de cuidados de saúde e auto-cuidados de saúde,




Notando a Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 da OMS, seus três objetivos e as orientações e ações estratégicas relevantes que norteiam o setor de medicina tradicional em seu posterior desenvolvimento e progresso ao longo da próxima década;

2 . EXORTA os Estados Membros, 


Adaptar, adotar e aplicar, quando necessário, a Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 como base para programas nacionais ou planos de trabalho de medicina tradicional e complementar;


Informar a OMS sobre o progresso na implementação da Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023;


 
SOLICITA a Diretor- Geral:

1       Facilitar a implementação da Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 da OMS, apoiar a formulação de políticas nacionais, normas e regulamentos baseados no conhecimento tradicional e fortalecer a capacitação nacional em conformidade através da partilha de informações, networks e oficinas de de formação; 


2       Continuar a fornecer orientação política para os Estados-Membros sobre a forma de integrar os serviços de medicina tradicional e complementar dentro do sistema nacional e/ou subnacional de saúde, bem como a orientação técnica para garantir a segurança, qualidade e eficácia dos serviços de medicina tradicional e complementar; 

3   Continuar a promover a cooperação internacional e colaboração na área da medicina tradicional e complementar, a fim de compartilhar informações baseadas em evidências, tendo em conta as tradições e costumes dos povos e comunidades;
4   Monitorar a implementação da Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 da OMS;

5       Informar à heptagésima segunda Assembleia Mundial da Saúde, através da Diretoria Executiva, sobre os progressos realizados na implementação desta resolução.

Oitava reunião, 23 de janeiro de 2014 EB134/SR/8 


http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/EB134/B134_R6-en.pdf

وإذ تشير إلى إعلان ألما آتا

"إن الناس لديهم
حق وواجب المشاركة بصورة فردية وجماعية في تخطيط وتنفيذ
الرعاية الصحية لهم ".

"الرعاية الصحية الأولية رأيها، على الصعيدين المحلي والإحالة، وعلى العاملين في مجال الصحة،
بما في ذلك الأطباء والممرضات والقابلات والمساعدين والعاملين في المجتمعات المحلية التي تنطبق على
كذلك ممارسي الطب التقليدي الحاجة، مدربين تدريبا مناسبا اجتماعيا وتقنيا للعمل في
فريق الصحة والاستجابة للاحتياجات الصحية للمجتمع اكسبرسو ".

Recalling the Alma-Ata Declaration

“The people have the
right and duty to participate individually and collectively in the planning and implementation of
their health care”.

“Primary health care relies, at local and referral levels, on health workers,
including physicians, nurses, midwives, auxiliaries and community workers as applicable, as well as traditional practitioners as needed, suitably trained socially and technically to work as a
health team and to respond to the expressed health needs of the community”.


قرارات المجلس التنفيذي وجمعية الصحة العالمية في الطب التقليدي الطب التقليد ي (الشعبي)

الدورة ال ا ربعة والثلاثون بعد المائة
م ت ١٣٤ ق ٦

٢٣ كانون الثاني
/ يناير ٢٠١٤
EB134.R
١ من جدول الأعمال 6 - البند ٩
الطب التقليد ي
(الشعبي)
المجلس التنفيذي،
بعد النظر في التقرير الخاص بالطب التقليدي
(الشعبي)، ١
يوصي
جمعية الصحة العالمية السابعة والستين باعتماد الق ا رر التالي:
جمعية الصحة العالمية السابعة والستون،
٣٣ وج
- ٤٩ وج ص ع ٣١ - ٧٢ وج ص ع ٣٠ - ٥٤ وج ص ع ٢٩ - إذ تذكِّ ر بالق ا ر ا رت ج ص ع ٢٢
٣١
- ١١ وج ص ع ٥٦ - ٣٤ وج ص ع ٥٤ - ٤٣ وج ص ع ٤٤ - ١٩ وج ص ع ٤٢ - ٣٣ وج ص ع ٤١ - ص ع ٤٠
١٣ بشأن الطب التقليدي
(الشعبي)، التي تطلب من المدير - ٢١ ، وخاصة ج ص ع ٦٢ - وج ص ع ٦١
-
العام، في جملة أمور، أن يُحدِّث است ا رتيجية المنظمة بشأن الطب التقليدي (الشعبي) للفترة ٢٠٠٢
٢٠٠٥ ، استناداً إلى التقدم الذي أحرزته البلدان والتحديات الجديدة المطروحة حالياً في مجال الطب
التقليدي
(الشعبي)؛
وٕاذ تؤكد الأهمية والقيمة المت ا زيدتين للطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي في توفير الرعاية
الصحية على الصعيدين الوطني والعالمي، وأن هذين النوعين من الطب لم يعودا مقصورين حصا رً على
أي أقاليم أو مجتمعات معيّنة؛
وٕاذ تلاحظ زيادة مستوى الاهتمام بجوانب ممارسات الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي
وبممارسي هذين النوعين من الطب، وما يتعلق بذلك من مطالبة المستهلكين والحكومات بأن يُنظر في
دمج هذين العنصرين في الخدمات الصحية المقدمة؛
وٕاذ تلاحظ أيضاً أن التحديات الرئيسية التي تعترض مجال الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي
تشمل أوجه قصور في ما يلي
: الإدارة والسياسة المستندتان إلى المعرفة، والتنظيم المناسب للممارسات
والممارسين؛ ورصد تنظيم المنتجات وتنفيذه؛ ودمج خدمات الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي علىالنحو المناسب في خدمات الرعاية الصحية المقدمة والرعاية الصحية الذاتية،
،٢٠٢٣
- ١- تحيط علم اً باست ا رتيجية المنظمة بشأن الطب التقليدي (الشعبي) للفترة ٢٠١٤
وبأغ ا رضها الثلاثة والتوجيهات الاست ا رتيجية والإج ا رءات الاست ا رتيجية التي توجه قطاع الطب التقليدي
(
الشعبي) في مواصلة تطوره وتقدمه خلال العقد القادم؛
٢
- تحث الدول الأعضاء على ما يلي، وفقاً لقد ا رتها وأولوياتها وتشريعاتها ذات الصلة وظروفها
الوطنية
:
١
) حسب الاقتضاء، تكييف است ا رتيجية المنظمة بشأن الطب التقليدي (الشعبي) للفترة )
٢٠٢٣ واعتمادها وتنفيذها كأساس لب ا رمج الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي أو خطط -٢٠١٤
العمل الوطنية الخاصة به؛
٢
) تقديم تقرير إلى المنظمة عن التقدم المحرز في تنفيذ است ا رتيجية المنظمة بشأن الطب )
؛٢٠٢٣
- التقليدي (الشعبي) للفترة ٢٠١٤
٣
- تطلب من المدير العام ما يلي:
١
) تيسير تنفيذ الدول الأعضاء لاست ا رتيجية المنظمة بشأن الطب التقليدي (الشعبي) للفترة )
٢٠٢٣ ، وذلك بدعم صياغتها لما يتعلق بذلك من سياسات ومعايير ولوائح وطنية
-٢٠١٤
مستندة إلى المعرفة، وتعزيز بناء القد ا رت الوطنية تبع اً لذلك من خلال تبادل المعلومات
والشبكات وحلقات العمل التدريبية؛
٢
) مواصلة توفير الإرشادات للدول الأعضاء في مجال السياسات بشأن كيفية إدماج )
خدمات الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي في نظامها الوطني و/ أو دون الوطني (نظمها
الوطنية و
/ أو دون الوطنية) للرعاية الصحية، وكذلك الإرشادات التقنية التي من شأنها أن
تضمن سلامة خدمات الطب التقليدي
(الشعبي) والتكميلي هذه وجودتها وفعّاليتها؛
٣
) مواصلة تعزيز التعاون والتآزر الدوليين في مجال الطب التقليدي (الشعبي) والتكميلي )
بغية تبادل المعلومات المستندة إلى البيّنات، مع م ا رعاة عادات وتقاليد الشعوب والمجتمعات
الأصلية؛
؛٢٠٢٣
- ٤) رصد تنفيذ است ا رتيجية المنظمة بشأن الطب التقليدي (الشعبي) للفترة ٢٠١٤ )
٥
) تقديم تقرير إلى جمعية الصحة العالمية الثانية والسبعين، من خلال المجلس التنفيذي، )
عن التقدم المحرز في تنفيذ هذا الق ا رر
.
الجلسة الثامنة، ٢٣ كانون الثاني
/ يناير ٢٠١٤م ت ١٣٤
/ المحاضر الموجزة/
  http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/EB134/B134_R6-ar.pdf

WHO - Executive Board and World Health Assembly Resolutions on Traditional Medicine

Traditional medicine

 

The Sixty-seventh World Health Assembly

 
Affirming the growing importance and value of traditional and complementary medicine in the provision of health care nationally and globally, and that such medicines are no longer limited exclusively to any particular regions or communities;
Noting the heightened level of interest in aspects of traditional and complementary medicine practices and in their practitioners, and related demand from consumers and governments that consideration be given to integration of those elements into health service delivery;
Noting also that the major challenges to the area of traditional and complementary medicine include deficiencies in: knowledge-based management and policy, appropriate regulation of practices and practitioners; monitoring and implementation of regulation on products; and appropriate integration of traditional and complementary medicine services into health care service delivery and self-health care,
1. TAKES NOTE of the WHO traditional medicine strategy: 2014–2023, its three objectives, and the relevant strategic directions and strategic actions that guide the traditional medicine sector in its further development and advancement over the next decade;
2. URGES Member States, in accordance with national capacities, priorities, relevant legislation and circumstances:
(1) to adapt, adopt and implement, where appropriate, the WHO traditional medicine strategy: 2014–2023 as a basis for national traditional and complementary medicine programmes or work plans;
(2) to report to WHO on progress in implementing the WHO traditional medicine strategy 2014–2023;
 REQUESTS the Director-General:
(1) to facilitate Member States’ implementation of the WHO traditional medicine strategy: 2014–2023, supporting their formulation of related knowledge-based national policies, standards and regulations, and strengthening national capacity-building accordingly through information sharing, networks and training workshops;
(2) to continue to provide policy guidance to Member States on how to integrate traditional and complementary medicine services within their national and/or subnational health care system(s), as well as the technical guidance that would ensure the safety, quality and effectiveness of such traditional and complementary medicine services;
(3) to continue to promote international cooperation and collaboration in the area of traditional and complementary medicine in order to share evidence-based information, taking into account the traditions and customs of indigenous peoples and communities;
(4) to monitor the implementation of the WHO traditional medicine strategy: 2014–2023;
(5) to report to the Seventy-second World Health Assembly, through the Executive Board, on progress made in implementing this resolution.
Eighth meeting, 23 January 2014 EB134/SR/8
 

Tuesday, 25 February 2014

'Muitas faculdades de Medicina fingem que estão ensinando'



O médico e cientista Ricardo Brentani faz coro à onda de críticas ao Ministério da Educação por permitir o funcionamento e a abertura de cursos de Medicina de qualidade duvidosa.
Os médicos formados nessas escolas, diz ele, colocam a saúde da população em risco.
“Quantas faculdades foram fechadas nos quatro anos deste governo por causa do resultado ruim no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)? Quantas escolas foram fechadas no governo anterior, que tinha o Provão (antecessor do Enade)?
De que adianta ter avaliação se um mau resultado não leva a uma punição?”, questiona Brentani, presidente do Hospital do Câncer de São Paulo, um dos diretores da Fapesp (órgão do governo paulista que financia pesquisas científicas) e professor da USP.
A campanha contra a abertura indiscriminada de cursos é liderada por entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Diante da pressão, o MEC baixou, no início deste mês, uma portaria que deu ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) a prerrogativa de se manifestar sobre a abertura de cursos. No mesmo dia, porém, o MEC autorizou a abertura de mais três cursos de Medicina no Estado de São Paulo.
Procurado pelo Estado, o Ministério da Educação afirmou que não se manifestaria sobre as críticas dos médicos.
Para comprovar que não se aprende muito nas salas de aula de Medicina, o Cremesp propôs uma prova aos alunos do último ano das faculdades de São Paulo. Dos sextanistas que resolveram o exame no ano passado, 38% foram reprovados. Esses médicos provavelmente estão hoje em hospitais e consultórios.
No Hospital do Câncer, Brentani consegue manter a qualidade do atendimento. Na unidade de terapia intensiva (UTI), por exemplo, todos os 18 médicos têm doutorado. Fora de seu controle, a qualidade dos profissionais de postos de saúde e outros hospitais tem repercussões - negativas - no trabalho do Hospital do Câncer.
“Metade das pessoas que nos procuram simplesmente não tem câncer. 
Ou seja, um médico as encaminhou para cá acreditando que elas tinham câncer. 
E também recebemos pessoas que ouviram de seus médicos que elas não tinham câncer, mas na realidade tinham.”
Além de o MEC não fiscalizar, segundo Brentani, muitas faculdades não têm interesse em oferecer qualidade. “Com ou sem qualidade, os estudantes pagam, porque querem ser médicos de qualquer jeito.” Um exemplo disso é o fato de ele próprio, dono de um currículo invejável, ter sido chamado uma única vez para ser professor numa faculdade particular. E isso nos anos 60, quando ainda era um médico com pouca experiência.

Foram reprovados na prova do Cremesp 38% dos alunos...
O número verdadeiro é maior que 38%. Como a prova não era obrigatória, quem se apresentou foram os alunos que achavam que passariam. Os que achavam que não passariam nem foram ao exame.  
Se todos tivessem feito a prova, o índice de aprovação teria sido muito, muito menor.

O ensino médico é ruim?
É muito ruim. As instalações das escolas não são adequadas. Como se ensina histologia ou anatomia patológica sem microscópio? Os professores também não são bons. Vemos nos jornais que há instituições privadas que contratam doutores na véspera da avaliação federal e no dia seguinte demitem todo mundo e põem gente menos qualificada no lugar, porque sai mais barato. E metade das escolas médicas não tem nem sequer um hospital-escola próprio. Como vão ensinar medicina assim? Elas fingem que estão ensinando...

Por que as faculdades não se preocupam com a qualidade?
A formação de médicos virou business, virou negócio. Por isso temos essa multiplicação desenfreada de escolas privadas. A maioria delas ainda não percebeu que investir em qualidade dá dinheiro. Vamos sair da Medicina: você conhece algum profissional formado na Fundação Getúlio Vargas que esteja desempregado? Eu não conheço. 

Como o sr. vê, na prática, essa formação ruim dos médicos?
É simples: metade das pessoas que procuram o Hospital do Câncer simplesmente não tem câncer. Ou seja, um médico as encaminhou para cá acreditando que elas tinham câncer. E também recebemos pessoas que ouviram de seus médicos que elas não tinham câncer, mas na realidade tinham.

Isso tem a ver com formação ruim?
Evidentemente que sim. O último dado que conheço é que apenas 17 escolas médicas do País têm a oncologia como disciplina na graduação. A conseqüência disso é que morre no Brasil mais gente do que deveria. 

O problema é a quantidade de faculdades de Medicina?
Os governos são tolerantes, ainda não entenderam que o diploma de curso superior não é um bem de consumo disponível conforme a demanda. Não é porque você quer ser médico, advogado ou geofísico que você tem o direito de ser médico, advogado ou geofísico.
Na Inglaterra, o governo determina o número de estudantes de Medicina no país. Em Direito, a Ordem dos Advogados do Brasil conseguiu legalizar o exame da ordem, ou seja, você só pode ser advogado se passar nessa prova. O número de aprovados no exame da ordem é pequeno, assustador. A maioria dos formandos é ruim. Eles, portanto, não podem ser advogados. De que vale uma faculdade que não aprova seus alunos no exame da ordem?  
Dois terços dos médicos brasileiros exercem a profissão sem ter feito residência.
É a mesma coisa: de que vale uma escola que não consegue aprovar nenhum 
aluno num concurso de residência?

Deveria haver um exame obrigatório também na Medicina?
O ideal seria que houvesse a fiscalização da qualidade do ensino.
Quantas faculdades foram fechadas nos quatro anos deste governo por causa do resultado ruim no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)? 
Quantas escolas foram fechadas no governo anterior, que tinha o Provão (antecessor do Enade)? 
De que adianta haver avaliação se um mau resultado não leva a uma punição?  
A sociedade precisa se mobilizar e cobrar essa fiscalização.
Não é justo que o estudante pague por um curso caro e não tenha uma qualificação adequada.

O que o sr. pensa quando vê esses alunos?

Eu tenho pena deles.

O ENTREVISTADO
Ricardo Brentani é médico e cientista na área de tumores. Preside o Hospital do Câncer, é um dos diretores da Fapesp e dá aulas na Faculdade de Medicina da USP. Foi ele quem trouxe para o País o Instituto Ludwig de Pesquisa para o Câncer, em 1983.

Fonte: O Estado de São Paulo, 26.02.07 
http://www.agencia.ufpb.br/vernoticias.php?pk_noticia=1586

Nota:  Nove em cada dez alunos (12,9%) do último ano de medicina foram reprovados no exame do CREMESP, em 2010.
Brentani  publicou quase 200 artigos em periódicos científicos internacionais citados cerca de 4,5 mil vezes por outros pesquisadores.