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Friday, 14 March 2014

Medicina no Brasil Colônia: tratamento pior do que a doença?



Quem praticava a medicina no século XVIII em terras brasileiras?
 

A Revista Nossa História

Podemos dizer que era uma terra sem lei. Médicos, boticários, cirurgiões, enfermeiros, barbeiros/sangradores, parteiras, curandeiros, benzedores e feiticeiros.


Como ocorria a diferenciação entre as profissões?


Para ser médico, tinha de ter frequentado por quatro anos a Universidade de Coimbra. Assim, estaria apto para fiscalizar a prática médica e prescrever, mas não fazia sangria. Considerada uma parte menos sofisticada da medicina, era exercida pelos barbeiros/sangradores, cirurgiões barbeiros e curandeiros.

Destaca-se que naquela época os médicos ou cirurgiões em geram eram brancos e livres enquanto que os enfermeiros e barbeiros/sangradores eram negros ou escravos.

As atividades do barbeiro/sangrador eram diversificadas: cortava cabelos, fazia barba, arrancava dentes, sangrava, utilizava ventosas nos pacientes. O enfermeiro deveria cumprir as recomendações dos médicos ou dos cirurgiões.

O boticário vendia drogas medicinais e fazia receitas caseiras, enquanto que a parteira cuidava do organismo feminino.


Como era visto o processo de doença naquela época?


As doenças ocorriam devido ao ar, alimento, água, de uma disposição patológica da pessoa ou da conjunção destes fatores. Acreditava-se em obstrução do corpo devido ao inchaço das veias, o que alterava a hemostasia do corpo. Assim, a expulsão de substâncias do corpo como sangue, fezes, urina e vômitos restabelecia o equilíbrio.


Quais os tratamentos utilizados?


O equilíbrio era reconquistado com sangrias, purga e clister, que era a lavagem intestinal com enormes seringas de porcelana ou prata.
Para a prática do sangramento, utilizavam-se as lancetas, ventosas, escarificações ou sanguessugas. Após recolher o sangue em bacias, o corte era enfaixado.

A escarificação era realizada por navalha ou cascos de animais. Após a escarificação, colocava-se ventosas no local, extraindo-se o ar do seu interior.

Os barbeiros utilizavam as sanguessugas. Vermes de água doce, eram transportadas em recipientes semelhantes a baldes com água e então, após retiradas deste local, eram aplicadas no corpo do doente.

Havia um tratamento realmente doloroso. Quando o paciente tinha o diagnóstico de “corrução”, que era um tipo de diarreia, utilizava-se o “sacatrapo”. Este terrível instrumento era um pontiagudo pedaço de madeira envolto por um pano. Este pano era umedecido com uma mistura bem estranha e bizarra: pólvora, aguardente, pimenta e fumo.

Terminada a preparação do “material”, vem o início do tratamento: a introdução do sacatrapo no ânus do paciente. Não é preciso muito imaginação para concluir sobre a intensidade da dor percebida pelo paciente. Como se observa, nossa medicina colonial não merece aplausos…
 


http://atualizacaofarmaceutica.com/farmacologia/medicina-brasil-colonia-tratamento-pior-doenca/

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