TAI CHI, OMS E DOENÇAS CRÔNICAS
A OMS já soou o alarme sobre o aumento das doenças não transmissíveis decorrentes do envelhecimento do povo e alertou sobre a urgente necessidade de se cuidar da prevenção e planejamento de cuidados de longa duração através da criação de políticas inteligentes e previdentes.
Conforme revelou Margareth Chan, Diretora geral do organismo internacional, nem os modernos medicamentos e nem os dispositivos e as tecnologias, cada vez mais caros e sofisticados, conseguirão evitar o “desastre iminente” das DNTs.
Embora os países membros das Nações Unidas tenham se comprometido a reduzir em 25% até 2015 as mortes prematuras por DNTs apenas agir sobre o fumo, álcool, obesidade, sal e sedentarismo pode não ser suficiente para atingir esta meta; meta que dificilmente será atingida pelo Brasil onde atualmente mais de metade das pessoas com mais de 55 anos sofre de hipertensão, até 2025 será o sexto país do mundo em número de idosos e, em 2040, será o campeão por mortes devido a doenças cardíacas.
MEDICAÇÃO EM MOVIMENTO
Para ajudar a desativar esta bomba-relógio, da China, que foi a criadora da noção da prevenção em saúde e pioneira em intervenções como exercícios, alimentação e uso de ervas, temos o Tai Chi, que já conta com mais de 700 artigos científicos apesar de ser recente no ocidente, é um treino de alto nível da Medicina Chinesa, considerado por Harvard como uma “Medicação em movimento” que pode ser a “atividade ideal para o resto da vida” e ajudar a “tratar ou prevenir muitos problemas de saúde relacionados com a idade”.
Harvard, inclusive, lançou seu Harvard Medical School Guide to Tai Chi: 12 Weeks to a Healthy Body, Strong Heart, and Sharp Mind.
Também o governo norte-americano, através dos NIH/NCCAM, mantém uma página na web tratando do Tai Chi e Chi Kung.
MEDICINA CHINESA DO MAIS ALTO NÍVEL
De acordo com a filosofia taoista, base da Medicina Chinesa, existe no organismo o “Chi” (sopro, energia vital) que, quando concentrado e pleno, pode propiciar a longevidade e quando disperso, pode dar origem à doenças e ao envelhecimento. Assim, a busca apenas pela boa forma física pode produzir força e robustez aparentes, mas é incompleta sem o treinamento do “Chi”; um extremo tal qual um verão sem inverno, um dia sem noite.
O Tai Chi é um aprendizado da natureza, o movimento alternado com a serenidade que mantém a vida em equilíbrio, de forma lenta, elegante e circular, sem alterar o ritmo cardiorespiratório ou o uso de força, com a musculatura relaxada, a respiração natural e a mente serena.
RESOLUÇÕES DA OMS
Vale recordar que há uma série de Resoluções de Assembléias Mundiais de Saúde, o órgão de decisão da OMS que determina as políticas da Organização, sobre Medicina Tradicional onde está redigido de forma cristalina o reconhecimento do papel de alguns profissionais da medicina tradicional como um dos importantes recursos de cuidados primários de saúde.
Além de Resoluções sobre segurança e qualidade de produtos sanguíneos, hepatite viral, doença de Chagas, alimentação de lactentes crianças, SARS, HIV/SIDA, doenças infecciosas, doenças não transmissíveis, farmacovigilância, etc.
Os WHO Benchmarks for Basic Training for Selected Types of TM/CAM, parte da implementação da Resolução WHA62.13, destinam-se a apoiar os países no estabelecimento de sistemas para a qualificação, acreditação ou licenciamento dos profissionais da medicina tradicional.
Segundo a UNESCO, não discriminação contra a Medicina Tradicional implica reconhecê-la e respeitar os direitos dos profissionais tradicionais; assim, depois de devidamente regulamentado, o Tai Chi terá um papel central na questão das DNTs por ser uma técnica segura que proporciona gandes ganhos sem provocar dores ou lesões; tem baixo custo, fácil aprendizado, execução e adaptação.
Como ressaltou a Diretora geral Dra. Chan no Congresso Mundial de Medicna Tradicional da OMS o “tempo nunca foi melhor e as razões nunca foram tão grandes para dar à Medicina Tradicional seu devido lugar”.
David Hruodbeorht é professor de Tai Chi Pai Lin
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