Dr Xiaorui Zhang
Team Coordinator,
Traditional Medicine
Technical Cooperation
for Essential Drugs and Traditional Medicine
WHO
Geneva, Switzerland
Ilustres participantes da Terceira Conferência Interparlamentar de Saúde
Senhoras e Senhores,
É uma grande honra e privilégio ser convidada para proferir uma breve
saudação na Sessão de Abertura da Terceira
Conferência Interparlamentar de Saúde, organizada pelas Comissões do Parlamento
Latino-Americano em São
Paulo, Brasil, em 19 e 20 de maio de 2005. É meu desejo juntar-me a todos para discutir este tema tão interessante sobre “Medicina
Tradicional e Complementar – seu uso racional para uma atenção de saúde
integral e eqüitativa”. A 58ª. Assembléia Geral da OMS está sendo realizada nesta
semana e nós estaremos apresentando um relatório de acompanhamento na área de
Medicina Tradicional à Assembléia. Em
função da coincidência de sua Conferência, eu lamento muito não poder me
integrar aos seus debates.
Mas nós esperamos
participar de suas atividades planejadas em medicina indígena em futuro
próximo.
A Medicina Tradicional, que pode ser denominada
de medicina indígena na maioria dos países Latino-Americanos, tem se
tornado cada vez mais popular e utilizada, em países de alta e baixa renda, com
diferentes propósitos nas últimas décadas. Por exemplo, 60% a 80% da população mais carente ainda depende da Medicina Tradicional
para cuidados primários de saúde, enquanto 70% da população no Canadá e 80%
na Alemanha também têm usado medicina tradicional como um tratamento
alternativo e complementar. Em muitos países da América Latina, a medicina
indígena ou medicina complementar e alternativa também mostraram um uso
crescente. Por exemplo, 71% da população
no Chile e 40% na Colômbia usaram medicina indígena ou medicina
complementar/alternativa de acordo com relatório da Regional para as Américas
da OMS.
Atualmente, entretanto, algumas modalidades de
medicina tradicional, complementar e alternativa desempenham um importante
papel na atenção à saúde e nas reformas do setor de saúde, globalmente. Desta forma, a segurança,
eficácia e qualidade – bem como os aspectos econômicos das medicinas
complementares e alternativas – têm se tornado pautas
importantes tanto para as autoridades sanitárias como para o público.
Eu sei que estes
aspectos serão discutidos durante esta Conferência.
Para que se possam resolver estes desafios e preocupações e para
promover o uso apropriado das medicinas indígenas e
complementares/alternativas, a OMS desenvolveu sua Estratégia de Medicina Tradicional para 2002-2005 e a Estratégia
foi adotada por Resolução vigente da OMS durante a 56ª. Assembléia em 2003.
Na Resolução, se exorta aos Países Membros,
caso apropriado, a formulação e implementação de políticas nacionais e regulação sobre a medicina tradicional e sua
integração nos sistemas nacionais de atenção à saúde, dependendo das
circunstâncias de cada país. Ela também
requer à OMS que forneça apoio técnico para o desenvolvimento de metodologia
para monitorar ou garantir a qualidade dos produtos, eficácia e segurança,
preparação de diretrizes e promoção do intercâmbio de informações.
Após três anos de
implementação da estratégia da OMS, o progresso do país na área de medicina
tradicional tem sido registrado de acordo com os resultados da Enquete global sobre política nacional e
regulação das Medicinas Tradicionais e Complementares/Alternativas da OMS. Mundialmente, no atual momento,
45 Estados-Membros têm uma política nacional de MT/MCA, 51 Estados-Membros
estão em processo de formulação, 92 Estados-Membros têm regulação sobre plantas
medicinais, e 42 Estados-Membros têm um plano para estabelecer regulações. Entre os 18 países Latino-Americanos que
responderam, 9 já têm definidas uma política nacional ou uma lei nacional de
medicinas tradicionais ou complementares/alternativas, 4 países têm um programa
nacional de medicinas tradicionais ou complementares/alternativas, e 13 países
já completaram a regulação das plantas medicinais.
Medicinas indígenas e tradicionais diferem
bastante da medicina ocidental em suas abordagens e metodologias. Como conduzir pesquisa em terapias
tradicionais e plantas medicinais e como avaliá-las representam um novo desafio
para todos nós. A
OMS desenvolveu uma série de diretrizes e documentos como resposta a estes
desafios e dificuldades. Se alguém
quiser fazer uso destes documentos e diretrizes, poderá encontrá-los no website
da OMS.
Ilustres
Participantes, a OMS espera cooperar com as Comissões
do Parlamento Latino-Americano e com todos para somar esforços no apoio ao
desenvolvimento das medicinas indígenas e complementares/alternativas para os
países da América Latina.
Em nome da
Organização Mundial da Saúde, quero elogiar o grande esforço e as valiosas
contribuições feitas por todos para o desenvolvimento da medicina indígena em
seus países. Estou convencida de que,
com sua ativa participação, a Terceira Conferência Interparlamentar de Saúde será um sucesso.
Obs: O Brasil conseguiu atingir, parcialmente, uma das metas da Estratégia da OMS 2002-2005 em 2006, ao criar sua política de práticas integrativas.
Obs 2: Os profissionais das medicinas tradicionais não foram incluídos na política.